segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Ecumenismo e a Música Gospel

Prof. Sikberto Marks


Em 1885, Ellen White predisse: “Quando o protestantismo estender os braços através do abismo, a fim de dar uma das mãos ao poder romano e a outra, ao espiritismo; quando, por influência dessa tríplice aliança, os Estados Unidos forem induzidos a repudiar todos os princípios de sua Constituição, que fizeram deles um governo protestante e republicano, e adotar medidas para a propagação dos erros e falsidades do papado, podemos saber que é chegado o tempo das operações maravilhosas de Satanás e que o fim está próximo” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 451). Isso foi escrito num tempo em que tal unidade era inconcebível. Nenhum analista político e eclesiástico arriscaria supor tal tendência. Mas a profecia foi dada e os adventistas creram nela, e pregaram. Hoje é uma realidade em plena consolidação.
Aproveitamos para ressaltar uma das estratégias para a união das igrejas: cooperar no que já é comum entre as igrejas, isto é dito como “o que nos une” e dialogar, sem pressa, no que há divergência isto é dito “o que nos separa”. Essa é uma estratégia que deixa em situação muito difícil aquelas igrejas que decidem não participar do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. São vistas como não querendo cooperar para a solução dos grandes problemas do planeta. O ecumenismo é o movimento para unir todos os cristãos, e o diálogo inter-religioso para unir todas as demais religiões com os cristãos. O objetivo amplamente divulgado desses dois movimentos é salvar o planeta de seus grandes problemas, sociais, políticos, econômicos e naturais. Ou se faz isso, ou o planeta não tem futuro. Mas não se diz que no fundo, o objetivo mesmo é criar condições para que só satanás, o dragão, seja adorado, e que se inviabilize a adoração a DEUS. Enquanto babilônia tenta unir os cacos resultantes da confusão de línguas mediante cooperação no que é comum, o povo de DEUS propõe ao mundo a solução bíblica da entrega a CRISTO diante da iminente segunda vinda Sua para salvar a todos quantos O aceitarem.
A estratégia ecumênica coloca no centro da solução do problema a santificação do domingo. Esse dia será então para unir a todas as famílias num único lugar, a missa e a eucaristia. Assim todas as famílias do mundo receberão uma instrução para se tornarem cidadãos de bem, via os ensinamentos dos religiosos.
Agora veja bem, há sempre muito mais pontos em comum do que divergentes. Por exemplo, somos contra as drogas, contra a violência, contra a criminalidade, contra a bebida alcoólica, etc. Somos a favor dos cuidados preventivos da saúde, de uma vida cheia de felicidade, de princípios saudáveis de convivência, da honestidade, do amor ao próximo, e muito mais. Ora, tais coisas as outras igrejas também possuem. Então a grande pergunta que o ecumenismo e o diálogo inter-religioso fazem é: por quê não nos unirmos com as demais igrejas, formar logo uma grande e ampla frente comum em busca da melhoria das condições de vida no planeta? E aqueles pontos de divergência discutimos sem presas, ao longo do tempo. Que pontos seriam esses, no nosso caso? Os Dez Mandamentos da Bíblia e não do catecismo, a santificação do sábado e não do domingo, a mortalidade da alma como um ser completo, por causa do pecado, e mais algumas coisas, não são muitas. As igrejas protestantes, evangélicas, pentecostais, etc, com algumas exceções, estão apoiando essa estratégia e inclusive patrocinando a elaboração de um código de ética entre as igrejas mediante o qual se regulamentará a pregação do evangelho, ou seja, a única igreja que poderá fazê-lo será a católica, que alega ter toda a verdade. Portanto, ela sim, pode pregar, as outras não, pois essas pregando, geram violência. E da violência é que o ecumenismo quer livrar o mundo.
Isso que relatamos acima, já são fatos. Não são especulações. Isso se noticia nos jornais. E quase não pregamos sobre esses fatos, não é mesmo? Poucos de nós estamos atentos às profecias para saber o que se passa ao nosso redor. Porém, está tudo previsto, e hoje se torna realidade. Profetas e profecias não são muito bem vistas, exceto se forem falsas.
E há ainda outro ponto em comum, esse realmente muito sutil. É a música gospel, que se tornou a música do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. Muita atenção: é um ponto em comum entre os protestantes, entre os pagãos e entre os mundanos. É um ponto comum entre todas as tendências religiosas, está em todas elas, e está também no mundo. É uma música que toca tanto nas igrejas quanto nas reuniões de dança, está em todos os lugares, torna o planeta um lugar comum para um plano poderoso de afastar seus habitantes de DEUS. É o ponto comum do mundo todo. O ritmo dessa música é utilizado tanto por cantores religiosos como por grupos de rock, e todas os demais tipos e tendências de ritmos musicais. Pega-se um ritmo qualquer, dá-se a ele uma letra religiosa e pronto, já é gospel, isto é, evangélica. Veio para facilitar a unificação das igrejas, e facilitar a entrada até de ateus nas igrejas, pois lhes satisfaz o gosto, e não leva a CRISTO. Ela está em todos os lugares, é comum a todos os lugares e torna todos os lugares igualmente atraentes à mente humana. Ela une o mundo em uma única tendência de adoração, e essa adoração, pode crer, não é a DEUS. É o ponto estratégico comum mais poderoso, pois ele afeta não a razão, mas sim, os sentimentos, o gosto e as reações e paixões físicas do corpo. Essa música tem por função preparar membros de todas as igrejas para que, habituando-se a ela, tornem-se suscetíveis a entrar em outras igrejas que não seja a sua, e ali adorar, não a DEUS, mas ao senhor dessa música ecumênica, e facilmente afastar-se do verdadeiro DEUS. É uma forma de massificar a cultura ecumênica pela paz e segurança, tornando o mundo e o mundanismo como parecendo algo sagrado. É o ponto em comum mais poderoso da estratégia do ecumenismo, pois exerce sua influência sobre os sentimentos e o gosto das pessoas.
O grande conflito iniciou no Céu por meio de um músico. E ele conseguiu enganar um em cada três anjos. A batalha final terminará com muitos músicos exercendo impressionante poder sobre as mentes de todas as pessoas do mundo. Muitos deles se tornarão os piores inimigos da verdadeira adoração quando chegarem os dias de decidir que sinal receber, se a marca do domingo, se o selo do sábado.
Preste atenção daqui por diante: satanás está trabalhando para tornar impossível, sem fé, suportar a pressão da não participação nos pontos comuns para unir o mundo sob seu comando. Fará a todos pensarem que é para resolver os grandes problemas do planeta, mas no secamento do rio Eufrates descobrirão o engano, perceberão que adoraram o demônio. Assim ele tentará impedir a proclamação da mensagem final sobre todas as nações, tribos e línguas do planeta, e tentará inviabilizar a segunda vida de CRISTO. Mas a sacudidura, e é só ela que poderá resolver o problema da música gospel ecumênica em nosso meio, reverterá a tendência, e preparará a igreja de CRISTO para o grande e poderoso alto clamor. Isso é um fato iminente, está bem próximo.
Esse comentário... foi o mais difícil de ser escrito. De todos até agora escritos, esse foi o mais realista, e que necessitou de muita coragem. A realidade desses dias requer que isso seja dito de forma clara e direta. Os fatos se sucedem e o tempo é curto, não dá mais para simplesmente fazer de conta que não é problema meu, ou coisa assim. A sacudidura está se acentuando, e pessoas estão sendo colocadas em situações para que tomem a decisão de sua vida para a eternidade, sempre mortos, ou sempre vivos. Quero agradecer pelos e-mails que todos os dias recebo, eles dão coragem para escrever o que nos tempos passados deixava por isso mesmo.


 Fonte: http://www.musicaeadoracao.com.br/crescimento/ecumenismo_musica.htm

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cérebro Prefere Música Clássica.

Dizer “Esta música é muito boa” ou “Nossa! Que música horrível” é muito comum. Todos têm seus gostos particulares e rejeitam artistas e bandas que fogem das preferências pessoais. Mas uma pesquisa publicada no periódico científico BMC Research Notes revela que talvez haja um padrão. Segundo o artigo, as pessoas tendem a gostar das músicas que soam “complexas” aos ouvidos, mas que são “decifráveis e armazenadas” pelo cérebro, como as composições eruditas. O autor do estudo, Nicholas Hudson, biólogo da Australian Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, disse que o cérebro comprime a informação musical como um software de computador faz com um arquivo de áudio: ele identifica padrões e remove dados desnecessários ou redundantes. A música clássica, por exemplo, pode parecer complexa para quem ouve, mas o cérebro consegue encontrar padrões para o trabalho de compressão. Pouca coisa é descartada. Hudson usou programas de compressão de músicas para imitar como o cérebro age e usou músicas que já haviam sido analisadas em um estudo de 2009 que mediu como 26 voluntários curtiam músicas de diferentes gêneros musicais como clássico, jazz, pop, folk, eletrônica, rock, punk, techno e tango.



Entre as músicas que o biólogo escolheu, “I should be so Lucky”, da Kylie Minogue, foi comprimida a 69,5% de seu tamanho original; “White Wedding”, do Billy Idol, foi diminuída a 68,5%; e a Terceira Sinfonia do Beethoven foi reduzida a 40,6% do seu tamanho inicial. O cérebro, como o software encontraram mais padrões na música do compositor alemão. Com as outras músicas, ele teve pouco trabalho de compressão, pois o resto foi “jogado fora”. Fazendo uma comparação, as músicas mais “comprimíveis” foram aquelas escolhidas como as mais agradáveis no estudo de 2009. 



Mas por que nosso cérebro gosta mais das músicas que o fazem trabalhar mais para comprimi-las? “É da nossa natureza sentir mais satisfação ao atingir uma meta quando a tarefa é mais difícil. As coisas fáceis trazem um prazer superficial. As músicas mais simples, com poucos padrões de compressão, rapidamente ficam irritantes e deixam de ser estimulantes”, disse Hudson. Essa é uma explicação para aquela sensação de enjoar rapidamente de uma música. O teste também incluía barulhos aleatórios que só puderam ser comprimidos a 86%. O resultado foi que esses sons causaram indiferença e tédio nas pessoas. 

Já foi dito que música clássica ajuda a memória, ajuda o foco nos estudos e pode até deixar as pessoas mais inteligentes. Este é mais um estudo que comprova a qualidade da música clássica, mas, como diz o ditado: gosto não se discute. [No entanto, no que diz respeito à música sacra, princípios se discutem e estão acima dos gostos pessoais. – MB]



Nota Michelson Borges: Certa vez, eu conversava com uma conhecida cantora adventista e ela me disse que havia se convencido de que o ideal era não usar forte percussão nos acompanhamentos. Perguntei-lhe como ela havia chegado a essa conclusão e ela respondeu: “O responsável pela produção do meu CD perguntou-me se eu queria bateria nos playbacks. Eu estava estudando o assunto e disse que não queria bateria. A resposta dele confirmou minha decisão. Ele disse que a bateria ajuda a vender e a tornar a música mais simples, além disso, barateia a produção. Sem bateria, ele teria que melhorar a investir na orquestração. Mas não é justamente isto o que temos que fazer, oferecer o melhor para Deus?” Infelizmente, no meio cristão também há aqueles que produzem músicas descartáveis, repetitivas (quase hipnotizantes) e carregadas de dissonância, melismas (shows vocais) e forte percussão. Lembre-se de que, como mostra a pesquisa acima, o cérebro “identifica padrões e remove dados desnecessários ou redundantes”. Há músicas no Hinário Adventista, por exemplo, que têm sido cantadas há séculos e ainda falam ao coração do adorador moderno. Por outro lado, há músicas “sacras” criadas recentemente e que rapidamente se tornam “irritantes” e estão fadadas ao esquecimento. O músico, assim como qualquer outro profissional cristão, deve sempre se perguntar: Isto é o melhor que posso oferecer a Deus ou se trata apenas de algo para agradar o meu gosto e gosto dos meus ‘fãs’?”[MB].

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Filosofia Adventista de Música - 1972

(Diretrizes Relativas a uma Filosofia de Música da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Conferencia Geral – IASD. Concílio Outonal – 1972)


VOTADO que se adotem os seguintes princípios para uma Filosofia Adventista de Música na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia veio à existência em cumprimento da profecia para ser instrumento de Deus na proclamação mundial das boas novas de salvação mediante a fé no sacrifício expiatório do Filho de Deus, e pela obediência aos Seus mandamentos no preparo para a volta do Senhor. A vida dos que aceitam esta responsabilidade deve ser tão característica e distinta como a mensagem que proclamam. Isto exige total entrega de cada membro aos ideais e objetivos da Igreja. Esta entrega relacionar-se-á com todas as esferas da vida eclesiástica, e certamente influenciará a música usada pela igreja no cumprimento de sua missão dada por Deus.
A música é um dos grandes dons que Deus concedeu ao homem, e um dos elementos mais importantes num programa espiritual. É uma avenida de comunicação com Deus e "é um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais" (Educação pág. 167). Relacionando-se, como o faz, com assuntos de conseqüência eterna, é essencial que o extraordinário poder da música deva ser considerado com clareza. Ela tem poder de exaltar ou corromper. Pode ser usada para o serviço do bem ou do mal. "Tem poder para subjugar as naturezas rudes e incultas; poder para suscitar pensamentos e despertar simpatia, para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pressentimentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço" Ibidem.
Aqueles, pois, que escolhem a música para fins definidos em sua igreja, devem exercer um alto grau de discernimento na escolha e no uso das músicas. No esforço de atingir o ideal, necessita-se mais do que sabedoria humana. Recorrendo de novo à revelação como guia, nela encontramos os seguintes princípios gerais:
A música deve:
1 - Trazer glória a Deus e ajudar-nos em adoração aceitável a Ele.
"...ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." I Coríntios 10:31
2 - Enobrecer, elevar e purificar os pensamentos do cristão.
"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama; se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." – Filipenses 4:8
"Fazia-se com que a música servisse a um santo propósito, a fim de erguer os pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na alma devoção e gratidão para com Deus. Que contraste entre o antigo costume, e os usos a que muitas vezes é a música hoje dedicada! Quantos empregam este dom para exaltar o eu, em vez de usa-lo para glorificar a Deus." – Patriarcas e Profetas, pág. 637.
3 - Influenciar efetivamente o cristão no desenvolvimento do caráter de Cristo em sua vida e na dos outros. (Manuscrito 57, de 1906)
4 - Conter letra que esteja em harmonia com os ensinos escriturísticos da Igreja.
"O canto é um dos meios mais eficazes para gravar a verdade espiritual no coração. Muitas vezes se têm descerrado pelas palavras do canto sagrado, as fontes do arrependimento e da fé." – Evangelismo, pág. 500
5 - Revelar uma compatibilidade entre a mensagem transmitida por palavras e a música, evitando-se mistura do sagrado com o profano.
6 - Fugir de exibições teatrais e com ostentação.
"Nenhum jota ou til de qualquer coisa teatral deve aparecer em nossa obra. A causa de Deus deve ter molde sagrado e celestial. Não permitais que haja qualquer coisa de natureza teatral, pois isto prejudicaria a santidade da obra." – Evangelismo, págs. 137 e 138; Review and Herald – 30 de novembro de 1900.
7 - Dar primazia à mensagem da letra, que não deve ser sobrepujada pelos instrumentos musicais que acompanham.
"Como pode o coração (dos cantores do mundo) achar-se em harmonia com as palavras do hino sacro? (...) não é o cantar forte que é necessário, mas a entonação clara, a pronúncia correta e a perfeita enunciação. (...) Seja o canto acompanhado por instrumentos de música habilmente tocados." – Obreiros Evangélicos, págs. 357 e 358
8 - Manter ponderado equilíbrio dos elementos emocional, intelectual e espiritual.
"Exibição não é religião nem santificação. Coisa alguma há mais ofensiva aos olhos de Deus , do que uma exibição de música instrumental, quando os que nela tomam parte não são consagrados, não fazendo em seu coração melodia para o Senhor. (...) Não temos tempo agora para gastar na busca de coisas que agradam unicamente os sentidos. É preciso íntimo esquadrinhar do coração." – Evangelismo, pág. 510.
9 - Jamais comprometer elevados princípios de dignidade e superioridade em esforços rasteiros para alcançar as pessoas descendo até onde elas estão.
"Quando os seres humanos cantam com o espírito e o entendimento, os músicos celestiais apanham a harmonia, e unem-se ao cântico de ações de graças." – Obreiros Evangélicos, pág. 357.
"Há pessoas que estão prontas para fazer uso de qualquer coisa estranha, que possam apresentar como surpresa ao povo. (...) Nunca devemos rebaixar o nível da verdade, a fim de obter conversões, mas precisamos elevar o pecador corrupto à alta norma da lei de Deus." – Evangelismo, pág. 137.
10 - Ser apropriada para a ocasião, para o ambiente e para o auditório que se destina.
"Os que fazem do cântico uma parte do culto divino, devem escolher hinos com música apropriada para a ocasião; não notas de funeral, porém melodias alegres e, todavia, solenes." – Evangelismo, pág. 508.
Há muito de espiritualmente enlevante e religiosamente válido na música dos vários grupos culturais e étnicos. Entretanto, os gostos e práticas musicais de todos devem conformar-se ao valor universal do caráter semelhante ao de Cristo, e todos devem lutar pela unidade no espírito e propósito do evangelho, que exige mais unidade do que uniformidade. Deve-se tomar cuidado em evitar os valores mundanos da música, os que deixam de expressar os altos ideais da fé cristã.
Os princípios acima servirão de orientação eficaz na escolha e uso da música nas necessidades várias da igreja. Certas formas de música como o jazz, o rock e outras formas híbridas semelhantes, são consideradas pela Igreja como incompatíveis com estes princípios. Pessoas responsáveis envolvidas nas atividades musicais da igreja, quer como dirigentes ou executantes, não encontrarão dificuldades na aplicação desses princípios em algumas áreas. Há outras áreas muito mais complexas, daí apresentarmos uma análise mais pormenorizada dos fatores envolvidos.

I – MÚSICA NA IGREJA

Música no Culto de Adoração

A adoração deve ser a atividade eterna e primordial da humanidade. O mais elevado fim do homem é glorificar a Deus. Ao vir o adorador à casa de Deus para oferecer um sacrifício de louvor, que o faça com a melhor música possível. O cuidadoso planejamento de cada parte musical é essencial, de modo que a congregação seja levada a participar e não ser uma mera espectadora.
Os hinos cantados neste culto devem ser dirigidos a Deus, realçando o louvor, e devem ser utilizados os grandes hinos de nossa herança como Igreja. Devem conter melodias vigorosas, fáceis de serem cantadas, com letra de valor poético. O pastor deve ter vivo interesse na melhoria da qualidade e fervor do canto congregacional. "Raras vezes deve o cântico ser entoado por uns poucos." – Conselhos Sobre Saúde, pág. 481. A experiência cristã será imensamente enriquecida com a aprendizagem de novos hinos.
Onde houver um coral, hinos escolhidos dos melhores compositores do passado e do presente, entoados por cantores e músicos dedicados e bem preparados, darão muito realce ao culto, ajudando a elevar a qualidade da adoração.
Música instrumental, incluindo órgão e piano, devem estar em harmonia com os sublimes ideais da adoração, e devem ser escolhidas entre as melhores, e bem de acordo com a capacidade e adestramento do executante. O instrumentista responsável pelo acompanhamento do canto congregacional tem grande e especial responsabilidade em sua participação, seja em prelúdios ou poslúdios, ofertório ou interlúdios para certas partes do culto, ou acompanhamento de hinos. Ele se acha numa posição ideal para elevar o nível da música no culto em sua igreja.Se no culto há solos vocais ou música especial, deve-se dar preferência aos que se relacionam com textos bíblicos, e a música deve estar bem de acordo com o alcance de voz do cantor e sua capacidade, e ser apresentada ao Senhor sem exibição de virtuosidade vocal. A comunicação da verdade deve ser o objetivo supremo.

Música no Evangelismo

A música empregada no evangelismo pode também incluir a música evangélica, a música de testemunho, porém sem comprometer os altos princípios de dignidade e excelência característicos de nossa mensagem que é preparar o povo para a segunda vinda de Cristo.
A música escolhida deve:
1 - Dirigir o ouvinte para Jesus como o Caminho, a Verdade e a Vida.
2 - Preparar o caminho para a apresentação da Mensagem da Palavra de Deus, mantendo seu apelo, suscitando uma resposta dos ouvintes.
3 - Ser executada e cantada por pessoas cuja vida seja coerente com a mensagem que apresentam.
4 - Ser um veículo da profunda impressão da verdade bíblica que inspirará uma positiva transformação na vida.
5 - Ser apresentada de maneira cuidadosamente planejada e ordenada.
6 - Ser simples e melódica, apresentada sem o realce da exibição pessoal.
7 - Dar primazia à pregação da Palavra, tanto no vigor da apresentação quanto na distribuição do tempo destinado ao cântico.
8 - Manter um apelo equilibrado à natureza emocional e intelectual, e não apenas encantar os sentidos.
9 - Ser compreensível e significativa, no conteúdo e no estilo, para a maior parte do grupo típico do auditório.
Música no Evangelismo de Jovens

No campo do testemunho da juventude, tem aplicação a maioria das sugestões acima. Há, porém, considerações que se devem fazer a certos aspectos que são peculiares a esta área.
Os jovens tendem a identificar-se intimamente com a música jovem contemporânea.
O desejo de alcançar a juventude com o evangelho de Cristo onde ela se encontra, leva, às vezes ao emprego de estilos musicais questionáveis. Em todos estes estilos, o elemento que traz maiores problemas é o ritmo, ou 'batida'.
De todos os elementos musicais é o ritmo que provoca a mais forte reação física. Os maiores êxitos de Satanás são freqüentemente obtidos pelo seu apelo à natureza física. Demonstrando atilado conhecimento dos perigos que há neste apelo à juventude, Ellen G. White afirmou: "Eles têm um ouvido aguçado para a música e Satanás sabe qual órgão excitar, incitar, absorver e fascina a mente de modo que Cristo não seja desejado. Desvanecem-se os anseios espirituais da alma por conhecimento divino, por crescimento em graça." – Testimonies to the Church, Vol. 1, pág. 497. Esta é uma forte indicação da maneira pela qual a música pode ser usada em direta oposição ao plano de Deus. Os já mencionados estilos de "jazz", "rock" e outras formas híbridas semelhantes são notórios em criar reações sensuais nas multidões.
Temos, por outro lado, muitos estilos de música folclórica tradicional, acatados como legítimos afluentes do caudal da música. Alguns deles são aceitos como veículo para expressar o testemunho cristão. Outros, que poderiam ser aceitos num ambiente secular, são impróprios para apresentar o nome do Salvador. Outros ainda situam-se completamente fora da experiência cristã. Fique claro, portanto, que qualquer forma de expressão musical folclórica deve ser julgada pelos mesmos princípios gerais aplicados aos outros tipos de música considerados neste documento.
"Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para Seus filhos." – Educação, pág. 18. Os que se esforçam por alcançar este elevado ideal e os que dirigem as apresentações da juventude acharão orientação através do piedoso estudo da música com o auxílio do Espírito Santo.
Além do problema do ritmo, há outros fatores que afetam as qualidades espirituais da música:
Tratamento Vocal – O estilo estridente comum ao "rock", o estilo insinuante, sentimental, cheio de sopros ao jeito dos solistas de boate e outras distorções da voz humana devem ser terminantemente evitados.
Tratamento da Harmonia – Deve-se evitar música saturada com acordes de 7a, 9a, 11a, e 13a, bem como outras sonoridades extravagantes. Estes acordes, quando usados com restrição, produzem beleza, mas usados em excesso desviam a atenção do conteúdo espiritual do texto.
Apresentação Pessoal – Não deve ter lugar nas apresentações qualquer coisa que chame indevidamente a atenção para o cantor ou executante, como movimento excessivo e afetado do corpo, ou traje inadequado.
Volume de Som – Deve-se ter muito cuidado em evitar excessiva amplificação do som, quer instrumental, quer vocal. O volume do som deve ser adequado às necessidades espirituais dos que apresentam a linguagem musical, bem como dos que a recebem. Deve-se selecionar cuidadosamente os instrumentos cujo som deverá ser amplificado.
Apresentação – Toda apresentação de música sacra deve ter o objetivo supremo de exaltar o Criador, em lugar de exaltar o músico ou prover entretenimento.
Música no Lar
1 - A educação musical e apreciação da música devem começar cedo na vida da criança
a) Pelo relacionamento com os grandes hinos e cânticos espirituais na experiência feliz e informal do culto familiar.
b) Pela formação, no lar, do hábito correto de ouvir, através de aparelhos de som, músicas cuidadosamente selecionadas.
c) Por freqüentar, com a família, a concertos musicais que estejam de acordo com os padrões delineados neste documento.
d) Pelo apropriado exemplo e influencia dos pais.
2 - Deve-se encorajar o cântico familiar e a participação em conjuntos instrumentais de família.
3 - Deve-se incentivar a composição de letras e músicas para cânticos.
4 - Deve-se ter uma biblioteca sobre música, com material sabiamente escolhido.
5 - Deve-se reconhecer que Satanás acha-se empenhado numa batalha pela conquista da mente das pessoas, e podem ocorrer mudanças de maneira imperceptível alterando a percepção e avaliação do bem e do mal. Deve-se ter extremo cuidado no tipo de programação e música ouvida no rádio e na TV, evitando-se especialmente o vulgar, barato, sedutor, imoral, teatral, e identificável com as tendências da contracultura.
Música nos Educandários
1 - No preparo e apresentação de música para fins religiosos, os administradores e professores dos colégios devem trabalhar com os alunos de maneira a exaltar os padrões musicais da igreja.
2 - Conjuntos musicais que vão se apresentar fora da escola devem ter o apoio e orientação de pessoas designadas pela administração, sejam professores de música ou outros.
3 - Os responsáveis pela escolha de música para os sistemas de som de nossas escolas devem faze-lo em conformidade com a filosofia de música expressa neste documento.
4 - Nos conjuntos musicais ou no ensino individual, os professores devem fazer decididos esforços para ensinar músicas que possam ser usadas na igreja e nas atividades de ganhar almas.
5 - Sendo que um dos objetivos básicos dos cursos de análise e apreciação musical nas escolas é ensinar o discernimento à luz da revelação divina, os instrutores dessas classes em todos os níveis educacionais devem incluir informações sobre a arte de julgar o valor e a qualidade na área da música religiosa.
6 - A Igreja e a Associação locais devem esforçar-se para eliminar deficiências culturais. Para este fim os elementos treinados em música, devem liderar os ensaios e atividades musicais, de modo a prover os sublimes ideais de adoração.
7 - As apresentações de música nas instituições educacionais adventistas devem estar de acordo com as normas da igreja. Isto se aplica não só aos talentos locais, como também aos artistas e conjuntos visitantes, incluindo a música de filmes.
II – MÚSICA SECULAR

A música "corretamente empregada (...) é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma." – Educação, pág. 166.
O estilo de vida adventista do sétimo dia exige que o cristão individualmente exerça um alto grau de discernimento e responsabilidade pessoal na escolha da música secular para uso próprio, ou apresentação de solos ou conjuntos. Todas essas músicas devem ser avaliadas à luz das instruções dadas em Filipenses 4:8: "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama; se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." Deve-se também ter em mente a admoestação dada por Ellen G. White em Testimonies to the Church, Vol. 1, pág. 497:
"Foi-me mostrado que a juventude precisa colocar-se em posição mais elevada e fazer da Palavra de Deus sua conselheira e guia. Solenes responsabilidades recaem sobre a juventude, que ela considera descuidadamente. A introdução de música em seus lares, em vez de incentivar a santidade e espiritualidade, tem sido o meio de desviar-lhes a mente da verdade. Canções frívolas e músicas populares da época parecem compatíveis com o seu gosto. Os instrumentos de música têm tomado o tempo que deveria ser dedicado à oração. A música, quando bem empregada é uma grande bênção; quando mal usada, porém, é terrível maldição."
O cristão não entoará canções incompatíveis com os ideais da verdade, da honestidade e da pureza. Evitará elementos que dêem a aparência de tornar o mal desejável ou a bondade parecer trivial. Procurará evitar composições que contenham frases banais, poesia pobre, absurdos, sentimentalismos ou frivolidades, que desencaminham a pessoa dos conselhos e ensino das Escrituras e do Espírito de Profecia.
Considerará músicas como "blues", "jazz", o estilo "rock" e formas similares como inimigas do desenvolvimento do caráter cristão, porque abrem a mente a pensamentos impuros a levam ao comportamento não santificado. Tais tipos de música têm uma direta relação com o "comportamento permissivo" da sociedade contemporânea. A distorção do ritmo, da melodia, e da harmonia como empregados nestes gêneros de música e sua excessiva amplificação, embotam a sensibilidade e finalmente destroem a apreciação por aquilo que é bom e santo.
Deve-se tomar cuidado ao usar melodia secular com letra religiosa para que não prevaleça a conotação profana da música sobre a mensagem da letra. Além disso, o cristão esclarecido, ao escolher qualquer música secular, para ouvir ou executar, não incluída nas categorias acima, sujeitará tal música ao teste dos critérios delineados nesta Filosofia de Música.
O cristão genuíno é capaz de dar testemunho a outros, pela sua escolha da música secular para ocasiões sociais. Através de diligente busca e cuidadosa seleção, escolherá o tipo de música compatível com suas necessidades sociais e seus princípios cristãos.
"Deve haver uma vívida comunhão com Deus em oração, uma vívida comunhão com Deus em cânticos de louvor e ações de graças." – Evangelismo, pág. 498.

Conferencia Geral – IASD.
Concílio Outonal – 1972

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Música na Igreja: Assunto para Leigos? Parte 2


“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (Tiago 1:5).

No artigo anterior esclarecemos a questão de que qualquer assunto relacionado às Escrituras pode ser compreendido claramente e dominado por qualquer sincero investigador da Palavra de Deus, ainda que este seja um leigo e sem poder contar com o auxílio de uma faculdade teológica. Até aí tudo bem, mas alguém ainda poderá dizer: “Ora! Mas a música não é meramente ‘um assunto bíblico! ’ isso é algo mais complexo!” Ou talvez ainda insistam: “Só na Bíblia não poderemos obter instruções claras e definidas!” Ou então: “Esta é mais uma questão técnica do que teológica!” E assim por diante. Mas será mesmo? Com base nisso mesmo muitos pastores preferem se calar só porque não são músicos, e assim deixar as coisas como estão. (Isa. 56:10).
Concordo se alguém disser que a música não é meramente um assunto bíblico, como os demais. Porém digo que é mais do que isso: Ela é um dos mais importantes assuntos da Bíblia; porque música é adoração, e a Bíblia trata da verdadeira e falsa adoração. E justamente porque a música é adoração, e porque conseqüentemente todos estamos envolvidos com a adoração (não somente os que fazem ou os que executam a música, mas também os que a ouvem, principalmente), que quero esclarecer que música é um assunto para leigos. Sim, ainda que seja alguém que nunca sequer tenha passado por perto de uma faculdade de música, mas que seja um “sincero investigador da Palavra de Deus” (M.E. vol. 2, p. 39), poderá compreender e falar sobre música na igreja. Quer ver? Acompanhe comigo o que diz a reveladora palavra da Profecia: “Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida. Deus convida Seu povo, que tem a luz diante de si na Palavra e nos Testemunhos, a ler e considerar, e dar ouvidos. Instruções claras e definidas têm sido dadas a fim de todos entenderem”. (M.E. vol. 2, p. 38).
Analisemos o texto agora: Considerando que Satanás faria da música um “laço” (e isso dentro da nossa igreja!) para “laçar” e destruir os desinformados, Deus achou por bem, para que não fossemos “laçados” pelas músicas de Satanás, deixar toda a luz diante nós, do “Seu povo” (e não somente de alguns) a fim de buscarmos toda a instrução necessária. E onde estaria esta luz?A própria Inspiração deixa claro: “Na Palavra e nos Testemunhos”, ou seja, na Bíblia e no Espírito de Profecia. Isso mesmo! Parece que a Bíblia se cala quando o assunto é música não é? Mas não! Todas as diretrizes, para nos ajudar a distinguir a música santa da profana (Lev. 10:10), e permanecermos firmes contra as sutis ciladas do diabo (Ef. 6:11) estão contidas nela, e não em qualquer outra ciência humana. “Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.” (I Cor. 2:13).  E música de adoração é assunto espiritual.
O texto ainda diz que as instruções dadas são “claras e definidas”, desfazendo a idéia de que a música é um assunto complicado, obscuro, e que, portanto não se pode chegar a um denominador comum. Pelo contrário, todas as instruções são bem “claras” e já estão “definidas”, e o que foi nos deixado, ainda diz o texto, é com o objetivo de “todos entenderem”, e não apenas a uns poucos. Se a compreensão espiritual exata da música fosse limitada somente aos que a fazem ou a executam, aqueles que só a ouvem poderão cobrar de Deus por tê-los condenados por serem “laçados” por Satanás, uma vez que eles eram “inaptos” a “ver” esse laço.
Definitivamente, toda essa divergência que vemos em torno da música na igreja, não se dá pelo fato de ela ser supostamente complicada, complexa, ou porque os que estão se metendo no assunto não são “formados na área”; não! Segundo a própria luz que “o povo” tem diante de si, a causa está no gosto, no eu, no desejo de arranjar novidades. A continuação do texto que analisamos acima acrescenta que a razão de tanta profanação está na “comichão do desejo de dar origem a algo de novo.” (M.E. vol. 2, p. 38).
Então, quem é que está disposto a renunciar o gosto musical religioso com suas “partituras de músicas populares do momento” (T.P.I. vol. 1, p. 497) e atender o convite divino que nos chama a “andar nas veredas antigas” (Jer. 6:16) em plena sociedade pós-moderna? Se não por palavras, mas por atos, o povo está respondendo ao SENHOR: “Não andaremos!” (Jer. 6:16).
Continua.
           
Arlei Pinho.

Música na Igreja: Assunto para Leigos?



“Então eles (os anciãos e os escribas), vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” (Atos 4:13 ARC).

Vemos que há no mundo um conceito de que tudo que formos fazer devemos primeiro consultar um mestre no assunto, isso para não se correr riscos. Na área médica, por exemplo, vemos um especialista para cada parte do corpo, e assim em todos os segmentos científicos. Enfim, existe especialista pra tudo. Talvez seja por isso que alguns querem aplicar esta idéia na igreja. Porém, como podemos ver nos textos sagrados, nem sempre foi assim que as coisas funcionaram.
Não quero ser mal interpretado, não pensem que sou contra o consultar um especialista, pois entre um doutor e um leigo, é preferível um doutor. Isso logicamente em se tratando de médicos, engenheiros, professores, etc.
Na igreja a coisa funciona diferente. Quando Jesus escolheu os doze, vemos algo muito interessante: “Para a tarefa de levar avante Sua obra, Cristo não escolheu os doutos ou eloquentes do Sinédrio judaico ou do poder de Roma. Passando por alto os ensinadores judaicos cheios de justiça própria, o Mestre por excelência escolheu homens humildes, iletrados, para proclamarem as verdades que deviam abalar o mundo.” (A.A. p. 17).
Jesus contrariou as regras do seu tempo, Ele “escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar os fortes” (I Cor. 1:27). Ele “escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são para reduzir a nada as que são”. (verso 28). E de fato essa atitude contrariou mesmo muitos mestres da Sua época.
E assim como no passado, muitos hoje na igreja se mostram descontentes e procuram desprezar alguns menos letrados que se levantam na igreja para se meter em assuntos religiosos. Isso simplesmente porque estes são considerados “inferiores” e por serem menos graduados; e porque apresentam às vezes pontos de vista que contrariam os de alguns mestres e doutores.
Mas veja o que nos diz sobre isso o Testemunho do Espírito: “Vemos aqui que nem sempre devem os homens em autoridade ser obedecidos, ainda mesmo que professem ser mestres da doutrina bíblica. Muitos há hoje em dia que ficam indignados e ofendidos de que alguma voz se levante apresentando idéias que divergem das suas com relação a pontos de crença religiosa. Não têm eles há muito advogado que suas idéias são verdadeiras? Assim raciocinavam os sacerdotes e rabis nos dias apostólicos: Que querem dizer esses homens iletrados, alguns deles simples pescadores, que apresentam idéias contrárias às doutrinas que os letrados sacerdotes e autoridades estão ensinando ao povo? Não têm eles direito de se intrometer com os princípios fundamentais de nossa fé.” (T.M. p. 69).
Mas aqueles que se julgavam mestres da religião e que se diziam os únicos aptos a interpretar as escrituras ficaram de fora. “Deus realizará uma obra em nosso tempo que poucos esperam. Ele suscitará e exaltará entre nós os que são mais preparados pela unção de Seu Espírito, do que pelo preparo exterior de instituições científicas. Estes meios não devem ser desprezados ou condenados; eles são ordenados por Deus, mas só podem fornecer as habilitações exteriores. Deus mostrará que não depende de seres humanos instruídos e cheios de si”. (T.P.I. vol. 5, p. 82).
O segredo não está no quanto eu estou cheio de títulos ou diplomas, mas no quanto eu estou vazio de mim! “Mas com os humildes está a sabedoria.” (Prov. 11:2).
“Os sábios serão envergonhados [...] eis que rejeitaram a Palavra do SENHOR, que sabedoria é essa que eles que eles têm? (Jer. 8:9).
Continua.

Arlei Pinho.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

"A verdade anda tropeçando pelas ruas..." (Is. 59:14)

















Obediência: Como Deus Manda, Ou como Eu Quero?...

"Respondeu-lhe Ló: Ah, assim não, meu Senhor!" (Gênesis 19:18).












Quando as Ordens de Deus Parecem sem cabimento...


Não raro vemos hoje no mundo religioso cristão, e mesmo entre professos cristãos adventistas, aqueles que estão prontos e dispostos a “servir” ao SENHOR; que se demonstram entusiasmados na maneira em que professam seguir a Cristo, embora nem sempre o modo em que estão fazendo é a maneira que Deus quer. Estão “servindo a Deus” com boas intenções, e até mesmo com “com todo o seu empenho!” (I Cr. 13:8).
Porém, o triste é que, quando confrontados com alguma ordem divina que não convém com “seu modo de servir ao SENHOR”, estes já não se mostram mais tão dispostos como antes. Não estão acostumados e nem sujeitos à regras. Diante de tão desagradáveis ordens mostram-se agora contrariados e logo lhes vêm uma decepção por terem que fazer as coisas a Deus de modo diferente das que como gostariam que fossem. Alguns tornam-se então neutros, indiferentes, esfriam e nada mais fazem senão “assistir de longe”, até que alguma coisa que lhe seja atraente volte a acontecer. Outros até desistem por causa das tão duras exigências, e não mais querem andar com Cristo (Jo 6:60 e 66),
Não é fácil para atenderem a tais ordens. Ainda mais se as mesmas parecerem ridículas, absurdas, sem nexo, sem sentido, antiquadas, descabidas ou até mesmo “ineficazes” ou que trarão “prejuízo”! (do tipo: assim não vamos segurar os jovens, não vamos batizar gente, perderemos números! etc.).
Mas assim a bíblia diz que muitas ordens de Deus são: estranhas ou sem importância para nós; esquisitas, insignificantes, mas se não obedecidas, são de conseqüências trágicas (foi assim com Adão e Eva, Caim, Nadabe e Abiú, Saul em Amaleque, etc.). As ordens de Deus às vezes podem nos parecer as mais sem cabimento, mas nos são as melhores. Porque os pensamentos de Deus não são os nossos (Is. 55:8), e Ele é quem sabe que planos tem para nós (Jer. 29:11). E tudo o que nos resta é obedecer (Mt. 26:39), sem hesitação.

ORDENS DE DEUS QUE PARECIAM SEM CABIMENTO:

·   Moisés, agarre essa serpente pela cauda! (Êxo. 4:3-4)

·   Josué, faça esse povo atravessar o Jordão, assim mesmo, sem ponte, sem embarcações, e em época de enchente! (Josué 1:11; 3:15-17)

·   Gideão, mande esse pessoal embora. Há gente demais! (Juízes 7:2-4)

·   Naamã, os sete mergulhos de que te falei devem ser dados nas águas sujas do rio Jordão! (II Reis 5:10-12)

·   Ezequias, coloque seus negócios em dia. Ponha sua casa em ordem. Você contraiu uma doença fatal e vai morrer. (II Reis 20:1)

·   Ezequiel, a sua companheira, a delicia dos teus olhos, vai morrer de repente. Mas você não vai lamentar nem chorar, não quero ver uma lágrima rolando dos seus olhos! (Ezequiel 24:15-18)

►DAVI E A PRIMEIRA CONDUÇÃO DA ARCA –

Na primeira vez deu tudo errado: Os bois tropeçaram, a arca quase caiu, e Uzá morreu ferido pelo Senhor.

Ø  Ler I Cron. 13:3-4, 7-10.

Mas parecia não haver nada de errado!!!

Observe também quais instrumentos compunham a música que eles tocavam nesta primeira tentativa de levarem a tão desejada arca do concerto de volta ao templo do Senhor: I Cr. 13:8; II Sm. 6:5.

Tudo deu errado, mas aparentemente tudo estava certo! Note que eles até “alegravam-se perante o SENHOR” (II Sm. 6:5), e “com todo o seu empenho” (I Cr. 13:8). Certamente havia “boas intenções” nos seus corações, ainda que não estivessem fazendo as coisas exatamente como reclamavam as ordenanças divinas!

Mas “Temeu Davi a Deus, naquele dia, e disse: Como trarei a mim a arca de Deus?” (I Cr. 13:12).

DAVI FAZ CERTO DA SEGUNDA VEZ –
E FUNCIONA:

Três meses depois, Davi e o povo voltaram para buscar a arca que havia ficado na casa de Obede-Edom, o geteu (I Cr. 13:13,14), e desta vez buscaram fazer conforme já ordenara o SENHOR:

ü  Não por meio de um “carro novo” (I Cr. 13:7), mas aos ombros pelos varais (Ex. 25:14; I Cr. 15:15).

ü  Não conduzido por animais ou homens qualquer (I Cr. 13:7), mas por levitas consagrados (I Cr. 15:2).

ü  A própria arca não devia ser tocada. (Nm. 4:5, 6 e 15; II Sm. 6:7).

ü  Note que houve agora uma mudança também na música. Os instrumentos de percussão: tamboris e pandeiros (II Sm. 6:5; I Cr. 13:8), foram excluídos, e não mais acompanharam a música (I Cr. 15:16, 19- 21 e 28). Com exceção dos címbalos (pratos), que eram usados apenas para marcar pausas e intervalos, e não para dar o compasso ou a batida na música propriamente dita. Seu tinido significava descanso ou cessação de som, e eram usados apenas pelos chefes (I Cr. 15:19; 16:5). (Veja Música em Minha Bíblia, p. 56, 59, 86 e 89 – Helen G. Grauman – CPB, 1968). Todos os outros instrumentos empregados foram de cordas e sopro.

Veja que todo o Israel fez também subir com “alegria” e “jubilo” a arca do SENHOR (I Cr. 15:16, 25, 28), como da primeira vez, mas agora do jeito que “Assim disse o SENHOR”.

E esta música agora foi chamada de “música de Deus” (I Cr. 16:41,42).                    

SAUL – “BEM INTENCIONADO” AO DESATENDER A ORDEM DO SENHOR:

A ordem foi dada: Destruir tudo. Não poupar nada nem ninguém → I Samuel 15:1-3.

A ordem não foi cumprida totalmente → vs. 7- 9.

Mas foram apresentadas justificativas por parte de Saul à esta desobediência “nobre”, visto que ele poupou “ o melhor das ovelhas e dos bois, para sacrificar ao SENHOR”, (vs. 15). “O melhor do designado a destruição para oferecer ao Senhor” (vs. 21) o resto, porém, que era “desprezível” (vs. 9), “destruíram totalmente.” (vs. 15).

E ele ainda alegava ter atendido à voz do SENHOR → vs. 13 e 20.

 “Os santos princípios dados por Deus são apresentados como sendo fogo sagrado, mas o fogo comum é usado em lugar do sagrado. Planos contrários à verdade e à justiça são introduzidos de maneira sutil, [na igreja] sob a alegação de que isto deve ser feito, ‘porque é para o avanço da causa de Deus’.” (Testemunhos para Ministros p. 359,360).

Festinhas com aparências mundanas, Congressos jovem, músicas estranhas, gospel, FEMUSA, Festas do Milho, Baile do Hawaí, Festa dos Anos 60, representações teatrais, enfim. “Planos contrários à verdade e à justiça”, tudo “para o avanço da causa de Deus”. Para satisfazer e “alcançar as massas”. (Veja Test. Seletos vol. 2, p. 421).

 “Muitos que afirmam ser filhos de Deus tentam disfarçar os pecados que Sua Palavra condena, procurando unir algum objetivo de caridade da igreja com suas ‘farras ímpias’. Assim tomam emprestadas as vestes do Céu para com elas servir ao diabo.” (Mensagens aos Jovens, p. 398, 399).

→ A repreensão:

“Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça a sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.
Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto à ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, Ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei,” (versos  22 e 23)

►O SUCESSO NA OBRA DEPENDE DE UMA OBEDIÊNCIA IRRESTRITA –

ü  Josué e os muros de Jericó: Josué 6:3-15;

ü  Naamã e a ordem para se curar da lepra:II Rs. 5:10-14;

ü  Moisés e a rocha: Êxodo 17:6.

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 7:21).

“Porque me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos mando?” (Lucas 6:46).

Disse Davi: “Pois visto que não a levastes [a arca] na primeira vez, o SENHOR, nosso Deus, irrompeu contra nós, porque não o buscamos segundo nos fora ordenado”. (I Crônicas 15:13).

Deus é um Deus de detalhes. Muitas das coisas que para nós às vezes parecem ser sem importância, são as que para Ele são mais aborrecíveis e graves, e que causarão o fracasso. O SENHOR nos quer mostrar que não haverá êxito na Obra se não for pelos Seus métodos; sem Ele nada podemos fazer (Jo. 15:5). Não precisamos ficar tentando “reinventar a roda uma vez que Ele já nos disse como deve ser feito. Não devemos tentar dar “uma mãozinha” para “facilitar as coisas”, ou achar que há “um jeito melhor”.
Em nossos esforços para alcançar o mundo estamos seguindo as faíscas (nossos brilhantes lampejos e idéias) que nós mesmos acendemos” (Isa. 50:11; F.E.C. pág. 193), ao invés de seguirmos a infalível e clara luz do SENHOR. A igreja está convertendo ao mundo, quando devia converter o mundo (P.J. pág. 315,316).

MAS PORQUE HÁ DIFICULDADE EM OBEDECER ESTRITAMENTE?

“Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.” (II Timóteo. 4:3-4). Leia também Isaías 30:9-10.
 “Olhando para os últimos dias, declarou o apóstolo Paulo: ‘Virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina.’ II Tim. 4:3. Chegamos, já, a esse tempo. As multidões rejeitam a verdade das Escrituras, por ser ela contrária aos desejos do coração pecaminoso e amante do mundo; e Satanás lhes proporciona os enganos que amam.(O Grande Conflito p.594-595).

►CONCLUSÃO –

“Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca”. (Salmo 119:4).

“Todo bom soldado obedece implícita e prontamente as ordens de seu capitão. A vontade do comandante  tem de ser a vontade do soldado. Por vezes ele se surpreenderá com a ordem dada, mas não deve se deter para indagar o porquê. Quando a ordem do capitão contraria os desejos do soldado, não lhe cabe hesitar nem queixar-se, dizendo: Não vejo coerência nesses planos. Não deve formular desculpas e deixar seu trabalho por fazer [...] Quando Cristo ordena, Seus soldados devem obedecer sem hesitação. Precisam ser soldados fiéis, do contrário Ele os não pode aceitar. A toda alma é concedida liberdade de escolha, mas depois que o homem se alistou, requer-se que seja tão verdadeiro como o aço, quer para a vida, quer para a morte”. (Evangelismo, p. 648).

"Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do SENHOR, e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem?" (Deuteronômio 10:12,13).

“E [Jesus], indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”. (Mateus 26:39).

“Os que desejam ser salvos têm de estar dispostos a serem salvos da maneira designada pelo Senhor, e não de um modo que eles mesmos escolherem.” (Ellen G. White – Carta 280, 1906).


Amém!

Arlei Pinho